topbella

terça-feira, 3 de abril de 2012

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Deparada com uma imagem refletida de uma mulher que jamais foi capaz de arriscar ou colocar em prática o que planejou por noites e noites, nesse mesmo lugar, olhando para esse mesmo espelho.. O mesmo que por horas presenciou todos os meus sonhos e promessas de que um dia, eu os colocaria em prática. Eu retorno dessa vez, não para mais um capitulo de sonhos ou ilusão, serviço da minha imaginação. Retorno para informa-lo, querido espelho, que eu vou fazer. Eu vou dizer. Começando pelos amores - ou terminando por eles - que tive medo de enfrentar, hoje eu consigo me olhar e notar, sorrir e saber quanto boa eu sou para conquista-los. O quanto maravilhoso é dar a volta por cima e conseguir - finalmente - o que se quer. O que sempre se quiz! Olha, olha como eu estou, sem medo agora. Sem medo de quem pode estar assistindo a cena de eu estar amando, amando me ver assim no espelho, como se ainda não me conhecesse. Sem medo do que irão dizer por eu me arriscar, sem medo de como vão me classificar pelo fato de eu querer entrar em cena. E viver... 
Cansada do silencio, tendo ele como prioridade na vida. Cansada do orgulho que prometeu me trazer tudo de volta se eu cumprisse as regras e só me trouxe atrasos! E deixando transparecer também aos olhos esse meu lado perigosa que eu sempre soube que tinha mas que nunca deixei ninguém ver. Fazer minha vontade e o meu jogo, não entendendo o porque passei tanto tempo com medo de tocar nessas peças, sendo elas sem valor nenhum, mas ainda sim minhas peças e minhas vontades. Se quero que conheçam o quanto valiosa e mulher posso ser, preciso que me vejam. Quero; provocar emoções, sensações, brincar com fogo e ainda me queimar. Viver do perigo e ao mesmo tempo do certo, do que eu sempre aprendi. Não perdendo a minha essência, causadora de todos os meus conflitos. Hoje eu acordo com sede de fazer, surpreender aqueles que estão acostumados a não receber nenhuma atitude minha. E acordar, despertar o que há muito tempo adormeceu... 
Paro por aqui, tendo milhares de coisas pra dizer, mas deixando claro que ações são muito mais validas do que a mistura de vogais e consoantes. Eu quero fazer... e usar da inteligência que poucos conhecem de mim. Esse meu lado objetivo que surge quando eu quero! Lembrando dos conselhos de quem sabe, de quem me disse e me fez acreditar, eu vou! E aqui deixo a marca, do batom que nunca usei, pra fazer o que nunca fiz!




Texto: @Claramentes

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Boneca de Vitrine

Fui fabricada a mão.. Cada traço, cada detalhe, dos pés a cabeça! Falando em pés, neles resolveram colocar esse sapato, de inicio.. bem apertado, cor de rosa. Eu nunca entendi esse negócio de boneca em um mundo rosa, eu faço voto do contraste para o mundo das bonecas onde tudo quanto é acessório, precisa ser rosa. Mas, eu não posso reclamar (bem que eu queria!) Mas não posso, boneca não fala, é. E as que falam, só falam porque são programadas para isso, sem vontade própria nenhuma. Outra coisa que eu nunca entendi, por que programam as bonecas para falar? Elas só dizem o que as crianças querem ouvir como: "eu te amo" , "me leva para passear?" Quanta besteira em um brinquedo só! Eu por exemplo, do contrario do que você deve estar pensando.. eu não falo! Te juro. Mas se eu falasse, ah se eu falasse.. ia ser umas poucas e boas para quem inventou de me colocar nessa caixa aqui, que negócio apertado! Há quem diga que bonecas como eu, não sentem, não sabem, não gostam, não ligam e não precisam.. Antes eu não quisesse nada! Eu quero tanta coisa, que só de olhar para esses meus olhos que brilham (é puro Marketing) você não saberia descobrir. Eu quero tanto, que estou louca para sair daqui. Estou nessa vitrine a muito tempo, já até perdi as contas de horas, dias, semanas.. Há quem diga que boneca de loja é tudo igual, é nada! Para mim existe uma grande diferença para as bonecas da vitrine e as da pratilheira. As da pratilheira são aquelas que as crianças, ao entrarem na loja, são as primeiras a pegarem, abraçarem, amarem, chorarem de birra fazendo a mãe comprar, mas largam em seguida quando acham uma melhor, as da pratilheira são esquecidas e jogadas ao chão, coitadas. Sobre mim? Ah, essa vitrine não é das piores, mas eu daria tudo para estar no colo de alguma criança, sendo apertada e amada. Muitos olhares se passam por mim.. Algumas pessoas não querem me comprar, andam dizendo por ai que eu sou muito cara, eu concordo. Mas é só olhar para o meu brilho, para o meu cabelo e o tecido do meu vestido para saber que eu não sou qualquer boneca. Tenho uma origem diferente das outras e sabe o que eu acho? Acho que fui fabricada fora e me deportaram pra cá.. é, só pode! Não que eu esteja me gabando, mas.. É, no fundo as vezes me pego cansada, cansada! De estar nessa vitrine, sendo olhada, desejada, mas nunca adquirida por ninguém. Sabendo que quem é sempre levada para casa, são as da prateleira, acho que as bonecas de lá vivem muito mais emoções do que eu. Mesmo sabendo que o fim delas é sempre no chão, eu daria tudo para saber qual seria o meu fim, também. Será que por eu ser tão cara, as pessoas desistem de me comprar? Será que vão continuar preferindo a boneca em oferta? Aquela que se vai mais facil, que se quebra tão rápido, e perde totalmente o brilho e toda aquela graça? Até quando a da pratilheira vai ter mais emoções do que a da vitrine, que foi feita justamente para ser cuidada com o maior dos cuidados? Será que não percebem o quanto vale a pena me tirar dessa vitrine? Algumas crianças, apontando para mim, me fazem sentir o gostinho de como é ser desejada, mesmo que por alguns instantes, mas é claro, só até elas verem meu preço, desistem e correm para as bonecas em oferta. Elas me olham com tanto gosto que me faz ter a esperança de que vou sair logo daqui, que a minha vez também vai chegar. Eu estou acostumada, conheço essa rua como ninguém, talvez as pessoas daqui não me conheçam como eu as conheço. Vejo levemente a minha imagem refletida na vitrine e me pergunto: O que há de errado com a boneca mais cara da loja? Aparentemente, nada. Mas por que ela permanece intacta na vitrine? Tão intocável.. Mas apesar de querer sentir um abraço apertado, tenho medo de acabar no chão e as vezes desviada de um pisão, assim como as da prateleira, e é nessa hora que prefiro estar aqui, nessa vitrine: ninguém me toca, ninguém me pisa, ninguém me machuca. A criança que me quiser, que seja boa o bastante para me comprar. Feito humana, sinto minha pupíla dilatar ao pensar que sair dessa vitrine nos braços de uma criança, em seguida vou ser levada para o parque e encontrar crianças que passaram pela vitrine, chegaram a me desejar, mas desistiram de mim quando viram o meu valor, desistiram e me esqueceram, e vou soltar uma frase bem clichê, que ouvi em frente a vitrina, por uma dona que com certeza havia acabado de sair de um amor não-correspondido, era mais ou menos assim: Eu fui o brinquedo caro, você foi a criança pobre!


Ser boneca é dificil, mais dificil ainda é ser boneca de vitrine.


mais um dos magnificos textos da @claramentes

domingo, 14 de agosto de 2011

;))

Por mais que a minha aparência te diga que eu sou de tolerar ou ousando te esperar, eu anuncio agora - com platéias, testemunhas e brilho nos olhos - que eu não sou. Não que a minha intenção seja te decepcionar, já que há anos você sonha comigo submissa a você. Mas já interrompendo esse teu sono, que te faz bambear e continuar com os olhos fechados, informo que não. Eu não vou te ligar, tampouco te procurar. Seja por saudade ou incomodo pelo fato de não saber onde você esta, onde esteve ontem e principalmente com quem. Ou melhor: com qual? Essa sua coleção que aumenta por onde você passa, não te deixa ver que é você quem vai passar também. E me pergunto, todos os dias: O que vê de divertido nessas pré-eliminares? Fingindo que esta selecionando algo. Encostar a cabeça no travesseiro e dormir, sorrindo.. sem peso nenhum na consciência.

Fácil ver que aquelas que te cercam, são as mesmas que te tem, o que não é difícil. E o que me importa, se quem assiste de camarote sou eu? Se já comprei todas as sessões e esse teu filme.. ah, esse eu pago pra ver! Entendo, talvez eu tenha perdido a minha candura e inocência e não saiba mais brincar com criança, me perdoe.
Olhando assim, acho até engraçado... se veste como um homem e age como um moleque. Aceita a troca de um o ponto de interrogação por um ponto final? Obrigada! Não me convém te julgar, mas não vejo o que não existe. Meus olhos são críticos! E o que mais há pra dizer agora, agora que estou tão tranqüila? Aliás, o que você faz fora do meu coração, é problema seu!

um texto de @claramentes

segunda-feira, 11 de abril de 2011

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Sou pessoa de dentro pra fora. Minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente.
Sou isso hoje...
Amanhã, já me reinventei.
Reinvento-me sempre que a vida pede um pouco mais de mim.
Sou complexa, sou mistura, sou mulher com cara de menina... E vice-versa. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar...
Não me dôo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada
. Não suporto meio termos. Sou boba, mas não sou burra. Ingênua, mas não santa. Sou pessoa de riso fácil...e choro também!

(Tati Bernardi)

quinta-feira, 10 de março de 2011

alguma coisa sempre faz falta!

Claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodka... não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo banho frio, depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a arroz integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre,  e ligo para uma amiga às quatro da madrugada e alugo a cabeça dela choramingando coisas do tipo preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-esta-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá, até o sol pintar atrás daqueles edifícios, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar.. tem coisa mais destrutiva que insistir sem fé nenhuma?  Ah, e eu estou te esperando, com meu vestido curto, óculos escuros grandes e meu coração pulsando forte, e te abraçar até sentir o mundo girar apenas para nós. É, eu gosto muito de ti.


(PS: junção de alguns trechos de Caio Fernando Abreu)

(PS²: guarde este recado: alguma coisa sempre faz falta... guarde sem dor, embora doa, e em segredo. )

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Tempo...



Boa Noite! ;*
Sempre ouvi dizer que a vida ensina e que o tempo cura tudo. Mas hoje preciso te contar que certas coisas a vida ainda não fez o favor de me ensinar e que o tempo se atrasou e ainda não veio me libertar de uns desejos.  Vou começar por eles. Eu queria umas coisas que nunca vou ter. Queria ter o pé menor. Um coração menorzinho. Uma sensibilidade contida, pois a minha nunca se segura. Queria que esse idiota que tá aparecendo desse ré e fosse embora sem olhar para trás e me fazer cara de deboche. Queria que esse sentimento que nunca dorme ou cala me deixasse por algumas horas. Mas não tem jeito. Sou eu e meus defeitos, eu e toda essa enxurrada de emoção, amor, contradição, tumulto, eu e essa multidão. Porque eu sou uma multidão todos os dias. E isso me assusta. O tempo nem sempre cura tudo. Tenho feridas que já cicatrizaram, mas que insistem em latejar quando o dia está nublado. Tenho mágoas que já foram superadas, mas se lembro bem, se lembro forte, se penso nelas eu choro. E o choro dói, dói, dói como se fosse ontem. Tenho vontades que nunca passam. Tenho uma tara por chocolate e queijo que nunca saiu de viagem. Tenho mania de escrever em blocos. Tenho sentimento de posse, tenho ciúme, tenho medo de perder quem é essencial na minha vida. Tenho medo de me perder, por isso acendo todas as luzes. A vida me ensinou a perdoar os outros. Mas fez questão de me mostrar que a gente pode perdoar sem esquecer. Minha memória é boa, sei quem pisou na bola. Aceito que as pessoas errem uma ou dez vezes, desde que se arrependam com o coração. Arrependimentos da boca para fora nunca me convenceram, apesar de eu já ter caído em ladainhas toscas sem fim. A vida ainda não me ensinou a me perdoar. Condeno-me, me mando para a cadeia, para a solitária, como pão e água. Cumpro minha pena e nem assim descanso. E eu não sei pedir. Meu Deus, eu não sei pedir ajuda. Nunca gostei de depender dos outros. E tem mais: não consigo dizer “eu-preciso-de-você-agora.” Sei que é simples, mas não sai. Algo me trava, a voz não sai. Tenho um orgulho que não me deixa. Acho que tenho que ser a fortona do pedaço, que consigo me reconstruir, me levantar sem dar a mão para ninguém. Não gosto de admitir nem assumir fraquezas nem de demonstrar a minha própria fragilidade. As pessoas fazem SOS a todo instante. Choram, pedem, imploram, suplicam. Não consigo. Para mim isso é traição. Não consigo chegar para a outra pessoa e falar tô-acabada-tô-precisando-não-vou-conseguir-sozinha. Sinto um terror só de pensar. Ninguém nunca me disse que eu precisava ser forte. Um dia, sei lá quando, eu resolvi que ia ser. Sempre fui aquela que ouviu todo mundo, automaticamente achava que tinha que dar força para os outros. É claro que mil vezes peguei o telefone chorando perguntando o-que-eu-faço. Mas isso é quando eu era tola e estava arrasada porque algum bonitão me deu o fora. Meus assuntos sérios e profundos eu nunca soube dividir. Penso que a vida é minha, o problema é meu, ninguém tem que ouvir minhas lamúrias, tristezas, coisas chatas e ruins. Penso que me viro sozinha. Penso que me resolvo comigo, que dou um jeito, que consigo. Quer saber uma verdade? Isso cansa. Vejo tanta gente dizendo que eu sei tudo, que eu posso ajudar, que isso, que aquilo. Eu não sei nada, apenas me sintonizo com minhas emoções. Não posso ajudar em nada, apenas escuto o meu coração. Ele fala tanto que me deixa tonta. Cansei de ser forte, cansei de não saber pedir ajuda, cansei de tentar fazer tudo ao mesmo tempo, cansei de não conseguir dormir direito pensando no que preciso estudar, cansei de tomar café pensando no que me espera na escola, cansei de não conseguir sossegar meu pensamento, cansei de esconder meu lado frágil, inseguro, cansado. Cansei de aceitar as minhas imperfeições sozinha. Por favor, me aceite também.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Obrigada!

Hoje eu quero agradecer a todas as pessoas que passaram pela minha vida até agora.
Quero agradecer aquelas que me deram amor, que sorriram pra mim quando eu precisava; que afagaram meus cabelos enquanto eu chorava; que me indicaram os caminhos; que seguraram minha mão e disseram: “vai em frente” quando eu dizia "não consigo".
Agradecer aqueles que duvidaram de mim, que disseram que eu não era capaz e que deveria desistir; afinal foi por causa dessas pessoas que eu venci meus limites, que desafiei os acontecimentos e circunstancias. Foram essas pessoas que me impulsionaram a ser quem sou.
Agradecer a todos os sonhadores, que mesmo falhando me convenceram que valia a pena tentar. Aos que me deram atenção e aos que me negaram também, isso facilitou distinguir o os amigos dos conhecidos.
Agradecer aos que me ajudaram a estudar e aos que sempre me atrapalharam com suas conversas, piadas e travessuras. Sem estes, os anos de banco escolar não fariam sentido, afinal, é deles que saem os grandes amigos, as melhores festas, o primeiro amor...
Agradecer aqueles que me repreenderam severamente, que me podaram o sentimento, que me traíram, que me trocaram por outras pessoas, que me fizeram chorar, que me magoaram, que me tiraram o chão, que me desfiguraram os sonhos, pois com essas pessoas conheci a face da dor e da desilusão e pude aprender tudo o que NÃO se deve fazer para alguém.
Mas...
... Acima de tudo, quero agradecer aquelas pessoas amargas, corruptas, egoístas, traiçoeiras, invejosas, torturadoras, manipuladoras, sem caráter, que cruzaram o meu caminho, pois com essas pessoas eu aprendi a lição mais importante da minha vida:

“O TIPO DE PESSOA QUE NÃO QUERO SER!”.

e para vocês, deixo um beijo e um sorriso de agradecimento!
BOA NOITE!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

ter e não possuir!

Durante toda a minha vida, entendi o amor como uma espécie de escravidão consentida.
É mentira: a liberdade só existe quando ele está presente. Quem se entrega totalmente, quem se sente livre, ama o máximo. E quem ama o máximo, sente-se livre. Por causa disso, apesar de tudo que posso viver, fazer, descobrir, nada tem sentido. Espero que este tempo passe rápido, para que eu possa voltar à busca de mim mesma - encontrando um homem que me entenda, que não me faça sofrer.
Mas que bobagem é essa que estou dizendo?
No amor, ninguém pode machucar ninguém; cada um de nós é responsável por aquilo que sente, e não podemos culpar o outro por isso. Já me senti ferida quando perdi os homens pelos quais me apaixonei. Hoje estou convencida de que ninguém perde ninguém, porque ninguém possui ninguém.
Essa é a verdadeira experiência da liberdade: ter a coisa mais importante do mundo, sem possuí-la.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Não era amor, era melhor!

"Se era amor? Não era. Era outra coisa. Restou uma dor profunda, mas poética. Estou cega, ou quase isso: tenho uma visão embaraçada do que aconteceu. É algo que estimula minha autocomiseração. Uma inexistência que machucava, mas ninguém morreu. É um velório sem defunto. Eu era daquele homem, ele era meu, e não era amor, então era o que?
Dizem que as pessoas se apaixonam pela sensação de estar amando, e não pelo amado. É uma possibilidade. Eu estava feliz, eu estava no compasso dos dias e dos fatos. Eu estava plena e estava convicta. Estava tranqüila e estava sem planos. Estava bem sintonizada. E de uma dia para o outro estava sozinha, estava antiga, escrava, pequena. Parece o final de um amor, mas não era amor. Era algo recém-nascido em mim, ainda não batizado. E quando acabou, foi como se todas as janelas tivessem se fechado às três da tarde num dia de sol. Foi como se a praia ficasse vazia. Foi como um programa de televisão que sai do ar e ninguém desliga o aparelho, fica ali o barulho a madrugada inteira, o chiado, a falta de imagem, uma luz incômoda no escuro. Foi como estar isolada num país asiático, onde ninguém fala sua língua, onde ninguém o enxerga. Nunca me senti tão desamparada no meu desconhecimento. Quem pode explicar o que me acontece dentro? Eu tenho que responder às minhas próprias perguntas. Eu tenho que ser serena para me aplacar minha própria demência. E tenho que ser discreta para me receber em confiança. E tenho que ser lógica para entender minha própria confusão. Ser ao mesmo tempo o veneno e o antídoto.
Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não sabe se vai ser antes ou depois de se chocar com o solo. Eu bati a 200Km/h e estou voltando a pé pra casa, avariada.
Eu sei, não precisa me dizer outra vez. Era uma diversão, uma paixonite, um jogo entre adultos. Talvez seja este o ponto. Talvez eu não seja adulta suficiente para brincar tão longe do meu pátio, do meu quarto, das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, de acreditar em contos de fadas, de achar que a gente manda no que sente e que bastaria apertar o botão e as luzes apagariam e eu retornaria minha vida satisfatória, sem seqüelas, sem registro de ocorrência?
Eu nunca amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada. Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, era sacanagem. Não era amor, eram dois travessos. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era melhor."


=**

sábado, 4 de setembro de 2010

Interrogações da vida.

"(...) Você já parou pra pensar no que machuca mais: fazer algo e desejar que não tivesse feito, ou não fazer e desejar que tivesse? Você já teve medo de começar um relacionamento? Medo de não ser a hora ou a pessoa certa? Seu coração não escolhe quem amar, e faz por conta própria, quando você menos espera, ou mesmo quando você não quer. Quantas vezes você deixou passar momentos importantes que não voltam mais? Quantas vezes você quis esquecer uma história ou alguém, que permaneceu na sua cabeça por um tempo longo? Você já se sentiu sozinho mesmo cercado de um monte de pessoas? Ou já beijou alguém que fez a multidão sumir? Você já passou um dia sentindo muitas saudades do que viveu? Você já viveu uma situação tão boa e feliz que até deu medo de tudo ser muito passageiro? (...)"

Boa Noitee!

Sobre Mim

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Meu mundo se resume ao encontro do que é terra e fogo dentro de mim, onde não me enxergo, mas me sinto."
 
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